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Seminário celebra 10 anos do Viveiro Cidadão

Durante dois dias, o II Seminário de Corredores Ecológicos reuniu cerca de 280 pessoas para discutir a agricultura regenerativa em Rondônia a partir dos resultados dos mais de 10 anos de ações do projeto Viveiro Cidadão em Rondônia


Durante dois dias, o II Seminário de Corredores Ecológicos reuniu cerca de 280 pessoas para discutir a agricultura regenerativa em Rondônia a partir dos resultados dos mais de 10 anos de ações do projeto Viveiro Cidadão em Rondônia, incluindo visitas in loco em propriedades e beneficiários que tiveram suas vidas - e a produção - transformadas ao aliar a conservação e geração de renda, com destaque especial ao protagonismo e autonomia das mulheres.


O evento marca o encerramento do terceiro ciclo do Viveiro Cidadão, projeto realizado pela Ecoporé com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, por meio do programa Petrobras Socioambiental, que também apoia a realização do Seminário de Corredores Ecológicos.


Uma das propriedades visitadas foi do casal Ediana Capich e Wender Romário Lopes, produtores e criadores da marca de café Lagoa da Mata, no Sítio Santo Antônio, onde, com apoio do projeto, foi implantada uma área de restauração e um quintal produtivo.


Lá os participantes puderam conhecer como um café especial é produzido e o caminho até a xícara. Romário explicou o processo de plantio, colheita e fermentação do café e Ediana, que é barista e foi eleita uma das mulheres mais influentes do agro pela revista Forbes, organizou uma degustação do café produzido pelo casal.


Ediana e Romário produzem a variedade de café Robusta Amazônica e já ganharam vários prêmios pela qualidade do produto, como o Coffee of The Year 2020. Para Romário, restaurar áreas de preservação permanente (APPs) auxilia no bom desempenho em concursos de café, pois a sustentabilidade é parte da avaliação. Além disso, as iniciativas de restauração ajudam na recuperação dos córregos, cuja água é usada para irrigar o café. “E a sustentabilidade também diz respeito a como a gente mantém a propriedade produzindo, com o solo adequado, com a água que vem do córrego, e uso equilibrado dos recursos”, reforça Ediane.


O quintal produtivo da dona Érika Aparecida Marchiore, na Chácara Paraná, foi outra iniciativa que os participantes do seminário conheceram. Na propriedade foram plantadas 3.400 mudas de 15 espécies. Esse arranjo produtivo foi elaborado levando em consideração não somente a análise do solo, mas também a afinidade da agricultora com as espécies, isto é, a experiência dela com diferentes cultivos e os sonhos que tem para o futuro da lavoura.


No começo, dona Érika conta ter ficado desconfiada, pois segundo ela, “muitos prometem, mas poucos cumprem”. Hoje, diz estar muito feliz e orgulhosa dos resultados alcançados, principalmente porque o quintal trouxe renda e segurança alimentar para ela e sua família.


O laço criado com Daiane Peixer, a extensionista rural responsável pelo acompanhamento dos o quintais produtivos junto às beneficiárias, também são importantes para a agricultora, que afirmou que Daiane “é como se fosse uma irmã”. Essa conexão de confiança e afeto entre agricultores e técnicos é fundamental para o sucesso do trabalho desse trabalho, que é realizado em conjunto.


Para Andrea Pupo Bartazzini, educadora ambiental do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) que participou do seminário, o protagonismo feminino nas iniciativas de restauração foi um dos pontos altos do evento. “Quando a gente fala de restauração, a palavra cuidar está muito presente em tudo, em todas as etapas do processo. Então, eu acho que as mulheres se identificam muito mais fácil, elas aderem muito mais fácil do que os homens aos projetos”, afirmou.


Ao longo dos dois dias de seminário, Marcelo Ferronato, coordenador do Programa Floresta e Agricultura da Ecoporé, pontuou que a restauração é apenas uma das ações de toda uma cadeia que precisa ser levada em consideração. “Sozinha, uma única iniciativa não conseguirá reduzir todas as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), dada a proporção do desmatamento”. Por isso, ele completa, as políticas públicas ambientais precisam combinar a restauração com outras estratégias, como a regularização fundiária, a outorga de água, e o desmatamento zero.


Para a presidente da Ecoporé, Sheila Noele, o seminário “é o momento em que ocorrem as interações entre os beneficiários e toda a equipe, promovendo assim a oportunidade para que todos vejam a real dimensão e o impacto do projeto”.


Confira a galeria de imagens do evento:




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