Formação de coletores de sementes reuniu jovens, adultos e anciãos interessados em contribuir e expandir conhecimento sobre sementes
“Eu gostei muito de ver os jovens sentados aqui, ouvindo sobre as sementes e tenho certeza que se eles aprenderem, eles vão muito além, vão ter mais conhecimento, principalmente pra nossa cultura”, disse a líder de mulheres Rariane Suruí, durante a formação de coletores de sementes na aldeia Apoena Meireles. Jovens, adultos e anciãos participaram da formação, que integra o projeto REGENERA, realizado pela Ecoporé e patrocinado pela The Caring Family Foundation.
Rariane acompanhou a atividade ao lado da filha Tainá, de 17 anos, e achou “bem legal essa troca de conhecimento entre os mais velhos e os mais jovens. Agora é hora deles (os jovens) estarem prestando atenção, para aprender sobre as sementes. Daqui pra frente eles vão saber o valor que uma semente tem e o valor que um pé de árvore pode ter”.
O momento foi de muito aprendizado para todos. Rariane comentou que sabe a época que algumas sementes dão, mas de outras sementes não sabe. Assim, aprender sobre como reconhecer, coletar, armazenar e quebrar a dormência de diferentes espécies, tema do primeiro dia da formação, foi positivo para ela. De acordo com a líder indígena, a atividade foi boa não apenas para si e a filha, mas também para o futuro da comunidade, os filhos que sua filha terá, pois ajudará a “manter a floresta”.
Auxiliar na conservação da floresta em pé é justamente a finalidade do REGENERA, que visa promover a agricultura regenerativa, ou seja, a combinação de práticas agrícolas com restauração ecológica, sobretudo através da inclusão de mulheres nas cadeias socioprodutivas da bioeconomia. Até o momento, já foram realizadas duas formações, uma na aldeia Lapetanha e esta na aldeia Apoena Meireles. Outras formações estão previstas para acontecer até o fim do ano com os Kaxarari, Karitiana e Pacaás Novos.
A manutenção cultural foi outro ponto positivo da formação, ressaltado pelos participantes. Segundo a filha de Rariane, Tainá, “para manter nossa cultura, a gente tem que fazer o possível para colher e coletar as coisas”. Na visão da jovem suruí, as atividades com as sementes, do artesanato à venda através da Rede de Sementes da Bioeconomia Amazônica (Reseba), são essenciais para a transmissão de saberes sobre a biodiversidade entre as gerações. Durante a formação, inclusive, os participantes venderam 35 quilos de sementes para a Reseba.
No segundo dia, além de identificar matrizes de sementes em árvores na mata adjacente aos roçados, a comunidade suruí da aldeia Apoena Meireles recebeu Marina, representante da fundação The Caring, e o médico Rodolfo, da Associação Médicos da Floresta. Eles visitaram a aldeia com o objetivo de conhecer a realidade do povo Paiter Suruí e identificar outras demandas, inclusive de saúde que podem ser atendidas com o apoio das organizações.
Um legado familiar
A aldeia Apoena Meireles, onde ocorreu a atividade, foi fundada pelo pai de Rariane, Itabira Suruí, no começo dos anos 2000. Segundo Itabira, ele decidiu fundar uma nova aldeia após perceber que os filhos, que até então estavam sendo criados na cidade, não tinham conhecimento sobre os animais e as plantas da floresta. O local, embora distante das outras aldeias Suruí, foi escolhido para evitar invasões de madeireiros ao território, especialmente nos arredores da cidade de Rondolândia, no Mato Grosso. Já o nome da aldeia, é uma homenagem a Apoena Meireles, assassinado em 2004. Apoena foi um indigenista e funcionário da Funai que auxiliou o povo Suruí no processo de demarcação da Terra Indígena Sete de Setembro.
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